terça-feira, 27 de março de 2012

Um pouco da Arte Popular...

Encontrada por ai...


De acordo com Canclini (1999)

“A redefinição do que é hoje popular requer uma estratégia
de investigação que seja de abranger tanto a
produção quanto a circulação e o consumo. Se as feiras
de artesanato das grandes capitais aumentam a cada
dia, significa que o consumo e a circulação estão sendo
impulsionados. Tal incentivo à produção artesanal
encontra sustentação em um sistema social que a
incentiva, apesar da produção material e simbólica das
culturas tradicionais pelo consumo urbano”


















Feira da Lua - Goiânia - GO

















Campo Grande - Mato Grosso do Sul










Mercado Central - Goiânia - GO


A arte popular nunca participou da historiografia da arte erudita.

Mesmo em países como o México, cujas tradições de criatividade popular são tão respeitáveis e tão antigas, a arte popular ficou fora da história da arte nobre, apesar de encontramos referências da cultura popular e de arte popular nos campos da sociologia, antropologia e história.

Em 1846 surge o neologismo folk-lore (saber do povo), campo de estudos até então identificado como “antigüidades populares” ou “literatura popular”. Em 1870 é fundada a Folklore Society na Inglaterra. Novo espírito que procura definir o estudo das tradições populares como ciência. Os Antiquários: autores dos primeiros escritos que no séc. XVII retratavam costumes populares com uma concepção de pesquisa, tendo como características: coleção, classificação, diletantismo e a valorização moral do popular. Trabalho exclusivo com fontes pri- márias não literárias.


Jules Michelet define a idéia de popular como o que é autêntico e erudito como o que é artificial identificando o espírito do povo como o verdadeiro espírito da nação. O nacionalismocomo fomento da Revolução Francesa. O romantismo é o meio fundamental da expansão de uma concepção de mundo e do homem formulada no século XIX. Individualismo qualitativo - expressa a natureza humana pela sua singularidade e liberdade. Os românticos são os primeirosa enfatizar a particularidade e a singularidade das sociedades históricas, e a perceber a importância da especificidade cultural do Oriente e da Idade Média Européia. Em sua própria sociedade os românticos valorizam a diferença e o contraste. O povo torna-se objeto de interesse para estes intelectuais. Esse movimento amplo de descoberta do popular tem raízes estéticas, intelectuais e políticas.

Construir sobre a singularidade das expressões culturais do povo, a singularidade de cada nação. O artista deve expressar a individualidade coletiva. O povo é para os intelectuais, natural, simples, inculto, instintivo, irracional, enraizado nas tradições e no solo da sua região.
Para os estudiosos do séc. XIX a cultura folk sofria a ameaça de desaparecimento em função do avanço da industrialização e modernização da sociedade.

Estabelece um conceito mais democrático de cultura e de intelectual, que diminui o fosso entre o popular e o erudito e o coloca de forma diferente. Critica o historicismo na vertente Francesa - Annales: “a história não é uma tapeçaria que se faz com “pontinhos”, ela só tem sentido se for uma história problema”. Nesta reformulação conceitual coloca-se a interdisciplinariedade como elemento fundamental de renovação e lança-se as bases da história
das mentalidades na aproximação da antropologia com a psicologia e a história.
Aproximação da história com a etnologia. Tensão entre o conceito de mentalidade e o de cultura popular. Uma perspectiva que se quer democrática, na qual se suplantam as diferenças de classe e se busca um enfoque de interclasse, onde não faria mais sentido o purismo dos Grimm. É uma perspectiva democrática, de aproximação de níveis culturais diversos.
Mandrou diz que as classes subalternas não conseguiram moldar uma consciência de classe porque desenvolveram uma cultura alienante.
De acordo com Canclini “A redefinição do que é hoje popular requer uma estratégia de investigação que seja de abranger tanto a produção quanto a circulação e o consumo. Se as feiras de artesanato das grandes capitais aumentam a cada dia, significa que o consumo e a cir- culação estão sendo impulsionados. Tal incentivo à produção artesanal encontra sustentação em um sistema social que a incentiva, apesar da produção material e simbólica das culturas tradicionais pelo consumo urbano”.
Já os integrados essa cultura de massa traz renovações culturais fruto das transformaçoes da nova era industrial. Para Eco já não existem mais diferenças entre tipos de cultura, uma vez que para sermos realistas, tudo hoje é cultura de massa: do folclore, passado pela cultura popular, à cultura erudita.

Na contemporaneidade o enfoque dado à cultura popular preocupa-se com a interrelação de saberes diversos; preocupa-se com a perpetuação de formas culturais; faz com que o historiador fique atento à questão das intermediações e dos filtros. A reaproximação da história com a etnologia propiciou a visão da cultura popular como um tráfego de mão dupla - onde a idéia de purismo não faz mais sentido - mas é fecunda a idéia da circulação dos níveis culturais, que devem um tributo tanto ao marxismo como à antropologia.
As duas tradições “puras” (a popular e a clássica) foram-se diluindo paulatinamente, misturando-se entre si, transformando-se ao longo do processo, gerando uma multiplicidade de formas, tanto orais como escritas e, finalmente eletrônicas (como a cultura de massa), circulando pelas várias camadas sociais da população dos países europeus e latino americanos até os dias de hoje. As idéias desenvolvidas pelos alemães na passagem do século XVIII para o século XIX tiveram uma enorme influência sobre o conceito de cultura popular tal como ainda encontramos hoje em dia. Mas é chegada a hora de uma revisão, e muitos o vêm fazendo. Portanto, a permanência deste assunto no currículo de artes, não nos parece uma preocupação anacrônica com estas questões.

Autora: Lêda Guimarães

Módulo 8
Arte e Cultura Popular: variações em torno da construção de conceitos e valores



quinta-feira, 15 de março de 2012

A LIBERDADE COMO MÉTODO


A LIBERDADE COMO MÉTODO
Um projeto moderno em ação “pioneira” de ensino da arte
Uma proposta para museus goianos – pensando no público Surdo de Goiás
Priscila de Macedo Pereira e Souza
Graduanda em Artes Visuais - Licenciatura (UFG/FAV – Faculdade de Artes Visuais)
Resumo
Partindo da idéia desenvolvida no MASP, Museu de Arte em São Paulo, e do texto de Ana Mae Barbosa, “A liberdade como método: um projeto moderno em ação “pioneira” de ensino da arte no Museu de Arte de São Paulo”, o trabalho feito com foco no Museu de Arte de Goiânia, desenvolve um projeto que visa o treinamento de equipes especializadas, podendo ser nomeados arte-educadores-intérpretes, que estivessem aptos a trabalharem como mediadores em museus goianos, onde levantamos a hipótese de que os Surdos e ouvintes não tem a mesma cultura “artística” e pulsante como na Capital paulista, mas, que tem uma comunidade Surda, ativa e curiosa que, sem essa acessibilidade, gratuita e satisfatória, não consegue absorver e se integrar no mundo dos museus, contemporâneos, históricos e outros, ou seja, num contexto cultural de sua própria cidade e estado. Como trabalho de campo, para investigação e constatação da deficiência com relação a mediação nos espaços museológicos em Goiânia, capital goiana, escolhemos analisar a realidade de vários museus, e focamos nossos estudos no Museu de Arte de Goiânia. Lembrando que essa pesquisa não questiona o museu em si, mas, a liberdade de se trabalhar em um órgão sem as devidas ferramentas, treinamento, especificidades e profissionais de fato capacitados para atender o público Surdo, que tanto tem crescido na região. Abordamos a questão do clube infantil de arte, criado no MASP por Suzana Rodrigues e também a questão das crianças Surdas e, como seria importante na vida dessas crianças se pudessem ter as mesmas experiências de uma criança ouvinte, como ocorreu no clube infantil no MASP, o que não ocorre nos museus de Goiânia de forma satisfatória e, de fato observada. E, mesmo sendo a “livre-expressão” parte da utopia modernista de um mundo melhor a ser alcançado, o respeito à individualidade de cada um, alto-conhecimento e assim seguindo para um conhecimento mais amplo, e vice-versa é fascinante, quando podemos nos expressar com mais liberdade, nos sentimos mais interados do nosso meio, para as crianças isto ajuda em seu desenvolvimento social e pessoal. Sendo assim, a presença de não só um intérprete de Libras, mas, um mediador apto a falar diretamente e claramente a esse público seria fascinante e de fato diminuiria esse déficit alarmante no qual presenciamos nos espaços culturais, em todo o país, principalmente, não promovendo de fato, a acessibilidade, tão sonhada e buscada por nós.
Palavras-chave: Museus, Mediação, Surdos, Artes, Acessibilidade.

QUEM FOI JOAQUIM EDSON DE CAMARGO? UMA REFLEXÃO ACERCA DA HISTÓRIA DA NOSSA ESCOLA


Amaury Barbosa de Amorim
Monique de Jesus Vieira Coelho dos Santos
Priscila de Macedo Pereira e Souza


Resumo: O trabalho "Quem foi Joaquim Edson de Camargo? Uma reflexão acerca da história dannossa escola" esta relacionado com o Estagio Supervisionado I, do curso de Artes Visuais Licenciatura da FAV-UFG.
Foi através desta disciplina que tivemos o primeiro contato com a escola. Nossa proposta de trabalho teve o objetivo de compreender e analisar o espaço escolar, o surgimento deste espaço, e a importância deste para a contribuição do ensino; enfatizamos assim a historicidade da escola, e a repercussão desta no processo de ensino nos dias atuais.
Assim em nossa pesquisa buscamos solucionar alguns questionamentos tais como: quando surgiu esta instituição de ensino, qual o motivo para a criação desta, onde foi criada a escola inicialmente, de onde nasceu o nome da escola, e o porquê desse nome.
A importância está em repensar este espaço, analisando historicamente a contribuição da sociedade na formação deste ambiente de ensino, assim como a contribuição da escola na formação das pessoas que moram na proximidade desta.
A nossa proposta buscou estimular o contato dos alunos com o ambiente educacional assim como o meio em que esta escola esta inserida, mostramos como esta foi criada, onde foi criada inicialmente, porque foi criada neste local, a importância da sociedade na criação deste espaço, destacamos parte da historia para que eles pudessem analisar e a partir daí, estimular um olhar crítico sobre um ponto relevante do cotidiano deles e a relação com a historicidade do ambiente escolar.
A partir de visitações aos Museus MIS, Antropológico da UFG e Zoroastro Artiaga, procuramos levar os alunos a entenderem como funciona o trabalho de levantamento de dados, pesquisa, fotografia, registro, dentre outros, e buscamos a partir de algumas informações, levantar a história da escola e apresentá-la a comunidade escolar e local.
Inquietamo-nos com a falta de informação da maioria na escola com relação à história da mesma e conseguimos em apenas um semestre levantar essa historia através de entrevistas com moradores da região, alguns de outros estados, que se mudaram posteriormente a construção e inauguração oficial da escola em 1968.
A escola apoiou a ideia e conseguimos, enfim, construir um projeto de reflexão acerca da história da escola estadual Joaquim Edson de Camargo, em 2009.

Palavras-chave: Pesquisa. Memória. Educação. Museus. Arte Contemporânea.